A escolha do novo presidente da Vale, Gustavo Pimenta, mudou as perspectivas para a relação da empresa com o governo. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (28/8) que a multinacional estava “acéfala” até então.
A decisão pelo executivo durou meses, após o encerramento do mandato de Eduardo Bartolomeo em maio.
O governo chegou a tentar emplacar Guido Mantega, mas houve críticas à escolha, por representar a ameaça de ingerência política dentro da empresa, privatizada nos anos 1990. À época, Silveira negou que estivesse trabalhando pela indicação.
O governo passa uma mensagem de que a ausência de um CEO definitivo era vista como uma questão que dificultava o andamento de projetos. Já que não se sabia quem seria escolhido pelo conselho, o Poder Executivo não poderia pensar em medidas para médio e longo prazo.
Durante a entrevista desta quarta (28), Silveira mencionou os acordos com os afetados pelas tragédias de Mariana e Brumadinho para exemplificar que pode haver continuidade de ações importantes a serem negociadas junto à Vale.
“A empresa resolveu dentro da sua governança. E eu sempre disse que eu estava muito ansioso porque a Vale estava acéfala. Espero que o atual presidente, por ser mineiro, tenha sensibilidade humana para entender as necessidades, não só da gente solucionar rapidamente, já que o governo federal tem uma clareza de que é necessário, sim, fazer o acordo”, disse.
A extração e o beneficiamento de minerais estratégicos, tidos como importantes para a transição energética, representam pleitos do governo em relação ao papel da Vale.
“Nós seremos, como eu disse o tempo todo, extremamente vigorosos e rigorosos na cobrança dos interesses do povo brasileiro com relação ao setor mineral, que eu, mais uma vez, destaco, é um setor sem falar nos minerais críticos, dos quais a Vale é grande detentora de direitos, nióbio, do níquel, do cobre”, disse.
Fonte: Eixos