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Petrobras vai investir R$ 33 bi para ampliar produção no Rio

A Petrobras anunciou ontem que vai investir R$ 29 bilhões em projetos de refino e no segmento petroquímico no Rio de Janeiro, incluindo a ampliação da produção da Refinaria Duque de Caxias (Reduc) e do Complexo de Energias Boaventura (exComperj). A companhia confirmou ainda que a Braskem, da qual a estatal é sócia, também investirá R$ 4,3 bilhões na ampliação da sua unidade fluminense de produção de polietileno. Somados, os investimentos chegam a R$ 33,3 bilhões.

“Serão R$ 20 bilhões do valor anterior anunciado em setembro mais R$ 6 bilhões no BioQAV ( bioquerosene de aviação), mais R$ 2,4 bi das manutenções programadas que vão acontecer na Reduc nos próximos anos e mais R$ 860 milhões (nas térmicas da Reduc). Os outros R$ 4,3 bilhões são da Braskem. São investimentos totais, mas claro que os da Braskem têm a Petrobras também”, explicou o diretor executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França da Silva.

A estatal tem uma fatia de 47% do capital da Braskem, que é controlada pela Novonor (exOdebrecht) – que está tentando vender parte de suas ações.

No Rio, a Braskem tem uma unidade em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que utiliza gás natural como insumo para produzir polietileno – um plástico utilizado em uma ampla gama de aplicações, de embalagens a peças industriais.

Presente no evento, o CEO da Braskem, Roberto Ramos, evitou falar sobre a possível venda das ações da empresa. “Esse investimento não afeta a geração de caixa e nem os recursos da Petrobras.”

Questionada se a política da Petrobras está alinhada aos planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente da estatal, Magda Chambriard, respondeu que recebeu pedido do presidente para que a Petrobras gerasse “valor para o povo brasileiro” e impulsionasse o Produto Interno Bruto (PIB)

Foco Novos valores serão direcionados para a Refinaria Duque de Caxias e o antigo Comperj

do País. “Acho que sim, que estamos atendendo às expectativas do presidente Lula, às nossas próprias expectativas e à expectativa da sociedade”, disse ela, em entrevista para detalhar os investimentos.

Magda acrescentou que os investimentos foram acelerados dentro do plano estratégico da empresa até 2029. “Estamos produzindo petróleo, gás, e tirando vantagem desse petróleo e gás para combustíveis mais eficientes e focando na transição energética ‘na veia’.”

PRODUÇÃO. A estatal pretende aumentar a produção de diesel S-10 em 76 mil barris por dia (bpd); de querosene de aviação, em mais 20 mil bpd; e a de lubrificantes grupo II, para mais 12 mil bpd. “Vamos garantir mais gás a preços acessíveis e teremos também mais duas térmicas neste megaprojeto que é o complexo Boaventura. É um projeto que envolve a chegada do gás do pré-sal do Rio de Janeiro em mais uma nova rota ( Rota 3) para melhorar a efetividade dos processos da Braskem e melhorar a eficiência da Reduc”, disse a presidente da Petrobras.

“Estamos falando de mais 38 mil postos de trabalho com esse megaprojeto. Já estamos a pleno emprego e com demanda de profissionais para as operações”, acrescentou a executiva, ressaltando a parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) para treinamento de 3,2 mil pessoas.

“É um grande pacote de investimentos da Petrobras em associação com o governo federal, garantindo ao Rio de Janeiro emprego, renda, treinamento de pessoal e aportes significativos para o programa Autonomia e Renda ( voltado prioritariamente para pessoas em condições de vulnerabilidade e exclusão social)”, afirmou.

Magda informou que a plataforma P-78 vai antecipar sua operação em um mês, aumentando a produção da estatal antes do previsto. A unidade será instalada no campo de Búzios, na Bacia de Santos, maior aposta da empresa por se tratar do maior reservatório de petróleo do País. •

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo