O mercado de trabalho formal registrou um saldo positivo de 131.811 carteiras assinadas em maio, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 27, pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que também compartilhou dados revisados de abril (239.201 vagas criadas). As 131 mil vagas são abaixo do piso da pesquisa Projeções Broadcast, de 164 mil (a mediana era de 200 mil).
A criação de vagas em maio foi puxada pelo setor de serviços, com 69.309 postos formais, seguido pela agropecuária, com 19.836. Os números são revelados no mesmo dia em que o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) traz o aumento da projeção de crescimento do setor de serviços de 2,0% para 2,4% em 2024.
Já a construção civil gerou 18.149 vagas em maio, enquanto houve um saldo de 18.145 contratações na indústria. O comércio registrou abertura de 6.375 vagas no mês.
No quinto mês do ano, 26 das 27 unidades da federação obtiveram resultado positivo no Caged. O melhor desempenho entre os Estados foi registrado em São Paulo, com a abertura de 42.325 postos de trabalho. Já o pior desempenho foi do Rio Grande do Sul, que registrou o fechamento de 22.180 vagas no mês em que foi atingido por enchentes.
Apesar da surpresa para baixo com o resultado do Caged em maio, permanece o diagnóstico de que o mercado de trabalho segue resiliente, avalia o economista da LCA Consultores Bruno Imaizumi. Ele entende que os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul respondem por uma parte da desaceleração observada no mês. O economista também chama atenção para o desempenho do setor de serviços. “Postos de trabalho ligados à volta de empresas em sistema presencial, como segurança e porteiro, têm sustentado a criação de vagas do setor em nível elevado”, diz.
O ministro Luiz Marinho disse esperar que o Rio Grande do Sul volte a registrar um saldo líquido positivo na criação de vagas de emprego formal “talvez” em agosto, a partir das ações dedicadas à reconstrução do Estado. “A hora que iniciar os canteiros de obra para a retomada, reconstrução, a tendência é a economia voltar a girar no Estado e voltarmos a ter números positivos, talvez a partir de agosto”, disse, em coletiva de imprensa sobre os dados do Caged. Marinho destacou que, se não fosse o fechamento de vagas registrado no Estado, de 22.180 postos, o saldo de empregos no País registrado em maio ficaria em linha com o resultado do mesmo mês em 2023, quando foram geradas 155.704 vagas.
Marinho também disse que estaria “garantido” o Brasil alcançar um saldo positivo de 2 milhões de vagas de emprego formal em 2024. No acumulado de janeiro a maio, foram criados 1.088.955 postos. No ano de 2023, esse patamar ficou positivo em 1.460.109 vagas.
Remuneração
O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada foi de R$ 2.132,64 em maio. Comparado ao mês anterior, houve uma redução real de R$ 3,31 no salário médio de admissão, uma variação em torno de -0,15%.
O resultado de criação de vagas formais do quinto mês de 2024 decorreu de 2.116.326 admissões e 1.984.515 demissões. Em maio de 2023, houve abertura de 155.704 vagas com carteira assinada, na série ajustada.
Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo