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Setor de serviços tem crescimento de 1,7% em junho e fica acima do esperado

O setor de serviços registrou em junho o maior crescimento de volume em um ano e meio, com desempenho acima do esperado por economistas e disseminado entre as diferentes atividades, com destaque para comunicação, informação e transportes.

A alta do volume de serviços foi de 1,7% sobre maio e de 1,3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (13).

O desempenho mais do que compensou a retração registrada em maio e veio acima da expectativa de alta de 0,8% em ambos os períodos de comparação apontada por economistas em pesquisa da Reuters.

A alta de 1,7% com ajuste sazonal foi a maior desde dezembro de 2022, quando o setor avançou 2,7%, e se deu após uma queda de 0,4% em maio, de acordo com dado revisado pelo IBGE, que havia reportado inicialmente estabilidade no mês. Em maio do ano passado, o setor também cresceu 1,7%.

As cinco atividades de serviços apresentaram expansão no mês, com destaque para a alta de 1,8% no setor de transportes, foi impulsionado pelo transporte aéreo, com salto de 11,4%, em período de retração do preço das passagens. O setor de informação e comunicação cresceu 2%.

Já os serviços prestados à família, que incluem desde alimentação e alojamento a serviços médicos, tiveram alta mais modesta, de 0,3%.

“O que carrega o bom momento do setor tem a ver com serviços prestados às empresas, especialmente empresas de TI e de inovação”, disse o gerente da pesquisa do IBGE, Rodrigo Lobo.

“Claro que a conjuntura econômica favorável ajuda, mas não é determinante. O crescimento ocorre porque há demanda maior das empresas, e não das pessoas”, acrescentou.

No semestre, o volume de serviços cresceu 1,6% na comparação com o mesmo período de 2023 e, em 12 meses, a alta foi de 1%.

Em termos regionais, o Rio Grande do Sul liderou as quedas no volume de serviços em junho, com retração de 14,5% frente a maio. Segundo Lobo, o desempenho reflete principalmente o impacto da queda do transporte rodoviário no Estado, após as concessionárias terem retomado a cobrança de pedágios que havia sido suspensa em maio em meio à calamidade das enchentes.

O Banco Central tem há meses apontado a resiliência maior do que esperada da inflação de serviços como um risco altista para a trajetória da inflação cheia. Na segunda-feira, o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, destacou durante participação em evento que a inflação do setor está se comportando melhor, mas segue rodando em patamar alto.

Autor/Veículo: Folha de S.Paulo