A 3R Petroleum acredita que uma eventual fusão com a PetroRecôncavo “faz sentido” e quer acelerar a análise da proposta, indicou o diretor financeiro e de relações com investidores Rodrigo Pizarro em teleconferência com analistas na tarde de quinta-feira (07/3).
No momento, as empresas estão conduzindo processos de verificação e diligência técnica, separadamente. A 3R Petroleum contratou o Itaú, além de assessores jurídicos, para assessorar essa etapa.
“Ainda não há uma visão consolidada sobre estrutura de governança e prazo máximo para essa negociação”, disse.
O executivo ressaltou que ambas as empresas estão engajadas nessas análises e que é importante acelerar o processo para evitar eventuais efeitos sobre os planos em execução.
“Estamos pensando de maneira global na criação de uma grande empresa onshore que tem números financeiros imbatíveis comparando com a América Latina, muita reserva provada, muita complementaridade, por ter ativos nas mesmas bacias (…) É uma soma de forças, do que tem de melhor nas duas áreas onshore, para que de forma conjunta crie essa nova entidade onshore que tem muito potencial”, disse.
Indefinição sobre campos marítimos
A transação foi proposta em janeiro pela Maha Energy, que é acionista da 3R Petroleum. A PetroRecôncavo e a 3R Petroleum cresceram nos últimos anos com base, sobretudo, na aquisição de ativos maduros vendidos pela Petrobras, no processo de desinvestimento da estatal conduzido nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro.
Uma das possibilidades aventadas pelo mercado é que a fusão entre as empresas combine apenas os campos terrestres. Hoje, a 3R também tem atividades marítimas nas bacias Potiguar, Espírito Santo e Campos.
“Uma transação como essa não depende única e exclusivamente da vontade da 3R ou dos nossos acionistas, depende de uma conjuntura de fatores que todos estamos trabalhando para conseguir convergir, mas não necessariamente vai com certeza acontecer. O cenário base da companhia é não deixar de lado o crescimento da produção e as melhorias financeiras do custo de extração”, afirmou.
O diretor da 3R deixou claro que não há decisão a respeito da separação de ativos, mas disse também que as atividades marítimas são importantes para a empresa. Segundo ele, a companhia vai seguir com a execução do plano base de negócios que está em andamento, enquanto avalia a transação.
“Temos sempre olhado o longo prazo, o Brasil tem suas maiores reservas no mar, então pensando na longevidade da companhia, ter um pé no offshore é importante, traz capacidade de reposição de reservas”, disse.
Ampliação de Papa-Terra
A 3R Petroleum espera finalizar até maio atividades de intervenção que podem ampliar em até 10 mil barris/dia a produção do campo de Papa-Terra, em águas profundas na Bacia de Campos. Segundo o diretor de operações da companhia, Maurício Diniz, o campo hoje está produzindo cerca de 13 mil barris/dia.
Com isso, a produção no campo deve atingir 23 mil barris/dia no curto prazo. Ainda este ano, a companhia pretende ainda realizar uma campanha de perfuração de um novo poço no ativo, com o objetivo de aumentar a eficiência operacional.
Pizarro lembrou ainda que a plataforma do campo tem espaço para conexão com outras reservas próximas (tie-backs).
“Existem outros campos próximos a Papa-Terra, alguns sem unidades de produção, além de descobertas próximas. Pela grande capacidade de processamento, Papa-Terra é um excelente candidato a tie-backs de outras empresas ou de ativos que eventualmente a gente venha a adquirir no futuro”, disse.
A companhia assumiu a operação de Papa-Terra em dezembro de 2022, numa aquisição de US$ 105,6 milhões.
Autor/Veículo: EPBR