O etanol hidratado não está surpreendendo nesta semana com as baixas nas distribuidoras acompanhando as reduções nas indústrias. Mas fica em perspectiva que o consumo volte a ser regulado com novas altas, como as que ocorrem no acumulado até sexta passada.
As usinas aumentaram em 6,93%, em dados do Cepea, e desde segunda os preços caem nas distribuidoras.
Não se descarta que daqui para frente haja esse movimento pendular para o biocombustível de acordo com o consumo semanal.
Do ponto de vista de competitividade, Paulo Strini, do Grupo Triex, acredita que o biocombustível precisaria cair bem na bomba, em torno do 65% na relação de preços com a gasolina, no entanto também as usinas olham o açúcar remunerando mais.
Daí que podem, sim, as fábricas olharem os estoques para a entressafra (dezembro a abril), avalia o analista e trader.
Vale lembrar que, nesta quinta (22), a arbitragem está em 17,56% negativa para o etanol contra o açúcar em Nova York, segundo Maurício Murici, da Safras & Mercado. Foi menor até segunda.
Muruci já vinha falando desde junho que o mix iria mudar e, pelos dados de agosto, da Unica, isso fica evidenciado. A produção de açúcar subui de 41% para 47% e de etanol caiu de 57% para 51%, “e deverá seguir assim”.
Tanto que as usinas também aumentaram os volumes exportações contratadas de açúcar desde o meio do ano, já vendo esse movimento ruim do etanol, mas se aproveitando das cotações em Nova York.
Para completar, o especialista do Triex lembra também que as chuvas estão no radar e, conforme os níveis, podem atrapalhar a moagem neste fim de safra.
Fonte: Money Times