Os preços da gasolina e do diesel nas refinarias brasileiras estão hoje R$ 0,89 abaixo das cotações internacionais, de acordo com o indicador de defasagem divulgado nesta quinta-feira (9) pela Abicom (Associação Brasileira das Importadoras de Combustíveis).
Isso significa que o combustível está mais barato no país do que no exterior, o que inviabiliza as operações de importação, segundo a entidade.
Um dia antes, na quarta-feira (8), a defasagem do diesel atingiu o maior patamar (R$ 0,92) desde o último reajuste promovido pela Petrobras nos preços desse combustível, em maio deste ano. Em relação à gasolina, o valor desta quinta ainda está abaixo do verificado na última segunda-feira (R$ 0,95). O último reajuste do combustível foi em março.
“Com a alta no câmbio e nos preços de referência do óleo diesel e da gasolina no mercado internacional (…), os cenários das defasagens tanto para gasolina como para o óleo afastaram-se muito da paridade, o que inviabiliza as operações de importação”, diz a Abicom.
O preço de paridade de importação é calculado usando como referência os valores para gasolina, óleo diesel, câmbio e frete marítimo na abertura do mercado.
A viabilidade das importações é um dos argumentos usados pela direção da Petrobras e pelo setor de combustíveis em defesa de preços alinhados às cotações internacionais. Eles alegam que importadores privados deixam de atuar com defasagens elevadas, o que gera riscos ao suprimento.
O aumento nos preços dos combustíveis é uma das principais preocupações do presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em segundo lugar nas pesquisas eleitorais.
Os reajustes da Petrobras já derrubaram três presidentes da estatal e um ministro de Minas e Energia no atual governo.
Segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), na semana passada a gasolina foi vendida pelos postos brasileiros pelo preço médio de R$ 7,218 por litro, recuo de 0,4% em relação à semana anterior.
Governo e Congresso tentam aprovar um pacote de medidas para desonerar esses e outros preços.
Fonte: Folha de S.Paulo