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Lira quer aprovar marco regulatório para hidrogênio verde

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou nesta segunda-feira que quer aprovar na Casa o marco regulatório de transição para uso de hidrogênio verde ainda neste semestre. A ideia é usar o combustível para descarbonizar a frota nacional de transporte de carga e reduzir a dependência de diesel.

Lira participa de evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na Bolsa de Valores de Nova York. Também participam do encontro os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Meio Ambiente, Marina Silva, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e de empresários.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, que está em Nova York, ressaltou a nova segurança jurídica e institucional brasileira.

— O Brasil tem tudo para ser o maior destinatário dos investimentos ‘nearshoring’ e ‘offshoring’ e combustíveis. Mostramos também que temos uma democracia forte, depois do que passamos e nossas instituições jurídicas continuaram seguras —, afirmou.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também presente ao evento, afirmou que a receptividade no exterior à apresentação de títulos verdes em elaboração pelo governo federal tem sido “a melhor possível”. Segundo ele, a apresentação dos títulos foi feita em 36 eventos diferentes para “mais de 60 fundos de investimento”.

“Esse recurso fica carimbado para financiar projetos sustentáveis, com taxas de juros mais convidativas do que temos hoje”, disse, destacando que “o Brasil já vem reduzindo as suas taxas de juros internas”. “Mas esse financiamento internacional vai permitir que esse processo seja acelerado”, disse.

Haddad afirmou que o “Tesouro vai julgar a conveniência de quanto e quando colocar esses títulos” no mercado. Mas, de acordo com ele, os recursos iniciais que o Brasil pretende captar é “muito pequeno” em relação ao montante total que será possível captar para financiar a transição energética.

“O país tem condição de captar muitos recursos no exterior”, disse, afirmando que o Brasil tem “a matriz energética mais limpa do mundo e, mais do que isso, tem condição de dobrar a produção de energia limpa em um prazo inferior a 10 anos”.

Segundo o ministro, essa energia limpa pode ser exportada de mais de uma maneira. “O hidrogênio verde é apenas um deles, mas você pode exportar no produto manufaturado”, disse. Hadda afirmou ainda que a exportação de produtos manufaturados verdes é o “objetivo último” dessa agenda.

Já o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, que também está presente no evento, disse que houve retomada de interesse pelo Brasil e pela região como parte da solução do aquecimento global.

Segundo ele, há interesse ainda na produção de alimentos e minérios raros.

Pacheco disse que a discussão, agora, é como preservar o ambiente sem manter a população na pobreza:

— Sem a redução das desigualdades regionais, a crise ambiental tende a se agravar. Precisamos de colaboração internacional, inclusive dos Estados Unidos — disse.

Autor/Veículo: O Globo