A nomeação de Adolfo Sachsida para o Ministério de Minas e Energia (MME) após exoneração de Bento Albuquerque nesta quarta (11/5) deixou o setor de biocombustíveis inquieto.
Um dos braços direitos de Paulo Guedes, o ex-secretário de Política Econômica é conhecido por defender redução na mistura de etanol na gasolina e de biodiesel no diesel como mecanismo para baixar o preço final dos combustíveis.
O economista também é a favor da importação de biocombustíveis.
No caso do biodiesel — que já está com a mistura reduzida para 10% (B10), ao longo de todo o ano de 2022 — o Ministério da Economia defendeu no ano passado que o mandato fosse para 6%, com objetivo de conter o impacto da política de descarbonização nos preços finais do diesel.
A proposta inicial da equipe econômica de Paulo Guedes contou com o apoio do Ministério da Infraestrutura, de Tarcísio de Freitas.
Para deputado, a política de biocombustíveis fica abalada com a troca de ministros. “Nós queremos sempre diminuir custos de energia e combustíveis. Mas não podemos ´tirar o sofá´. A necessidade não é mudar nomes, é mudar política, e nessas mudanças não podemos incorrer em erro”, comentou o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania/SP).io
“Por exemplo, agora se fala que o novo ministro pode diminuir a mistura do etanol na gasolina e do biodiesel [no diesel]. Não é assim que se constrói o futuro”, disse em vídeo nas redes sociais.
Segundo Jardim, que preside a frente parlamentar sucroalcooleira, recuar nos mandatos de biocombustíveis é “um grave equívoco”.
Quem é Adolfo Sachsida?
Adolfo Sachsida deixa o cargo de chefe da Assessoria Especial do Ministro da Economia, que assumiu em fevereiro. Ele entrou no governo Bolsonaro em 2019, com Paulo Guedes, no cargo de secretário de Política Econômica. Antes, fez carreira como pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), onde atuou desde 1997.
Na assessoria de Guedes, tem sido um dos principais porta-vozes contra o que o ministro chama de “narrativas” contra a política econômica. Para Guedes, a economia está no rumo correto, em razão das bases fiscais e a despeito da inflação e do empobrecimento da população.
Sachsida faz parte da equipe que defende o controle e o teto de gastos, alvo da ala política do próprio governo e sua base no Congresso Nacional, que tenta colocar de pé medidas para favorecer a reeleição de Bolsonaro.
FONTE: Agência EPBR