Pular para o conteúdo

sindtrr

(11)2914-2441

Petrobras reduz preço da gasolina em 5% ou R$ 0,20 por litro

A Petrobras anunciou ontem uma redução de 5% nos preços da gasolina nas refinarias, o que corresponde a R$ 0,20 por litro – de R$ 4,06 para R$ 3,86 – seguindo comportamento dos preços internacionais. Especialistas avaliam que a decisão era esperada, que segue a lógica da política de paridade de preços internacional (PPI).Porém, mesmo com todas as justificativas técnicas, decisões pela redução de preços como a de ontem tornaram-se um tema político, especialmente em ano eleitoral.
Com a redução, o valor praticado pela Petrobras para a gasolina retorna ao patamar de antes do último reajuste, em 16 de junho, quando houve aumento do litro vendido às distribuidoras de R$ 3,86 para R$ 4,06. A queda nos preços foi a primeira promovida pela Petrobras em sete meses (a última foi no dia 15 de dezembro) e a primeira da gestão do presidente, Caio Maio Paes de Andrade, há um mês no cargo.

Não houve mudança no preço de venda do diesel. A Petrobras afirmou que a redução da gasolina acompanha a evolução dos preços internacionais, reafirmando a busca pelo equilíbrio com o mercado global, “mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”. O intervalo entre os últimos reajustes foi de um mês, menor do que em outros períodos sem alteração.

“É importante que a Petrobras continue olhando as tendências de preço e do mercado, acompanhando o câmbio e as cotações das commodities e não fique novamente 100 dias sem reajustar, como aconteceu no primeiro semestre deste ano”, afirmou Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que estima que os preços praticados pela Petrobras estavam R$ 0,30 acima do mercado internacional.

O reajuste se deu no mesmo dia em que o barril do petróleo Brent encerrou cotado a US$ 107,35 o barril, alta de 1,01%. As ações ordinárias (ON) da Petrobras encerraram ontem o pregão na B3 em alta de 1,21%, a R$ 31,70.

Para o professor e pesquisador do Instituto de Energia da PUC-Rio Edmar de Almeida, ainda não está claro se a decisão da Petrobras é resultado de uma interferência política na empresa, uma vez que sempre vai existir uma zona cinzenta entre a estratégia da empresa e influências políticas, que se dissiparia caso os preços internacionais se distanciem dos praticados pela petroleira no mercado interno. “A Petrobras não tem uma política de preços muito clara. Sabemos apenas que ela busca acompanhar os preços internacionais, mas isto não significa um alinhamento perfeito”, afirmou Almeida.

O presidente Jair Bolsonaro tem falado abertamente em trocas na diretoria da estatal quando considerar necessário. “Estamos em guerra. O pessoal muitas vezes fala: ‘Trocou quatro presidentes da Petrobras’. Eu troco quatro, cinco, dez, não tem problema (…) O presidente tem que entender que tem Petrobras em tempos de paz e tem Petrobras em tempos de guerra”, disse Bolsonaro semana passada.

O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, prevê que o conjunto de medidas adotadas pelo governo e pelo Congresso garante redução média de R$ 1,50 no litro da gasolina. Com o corte de mais R$ 0,20 por litro nas refinarias da Petrobras, a diminuição deve atingir R$ 1,75, podendo chegar a R$ 2,00, projeta Sachsida.

A redução de R$ 0,20 por litro nas refinarias deve corresponder, nas bombas, a uma queda média de R$ 0,15 por litro, estima a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis). Porém, segundo James Thorp Neto, presidente da entidade, a queda depende de cada distribuidora e da decisão individual de cada empresário.

O analista da consultoria S&P Global Felipe Perez, aponta que a menor cotação dos derivados no exterior no último mês foi motivada pelo temor de uma recessão econômica ao final deste ano. “Tem havido uma queda no preço do barril de petróleo e a demanda, em si, não deu todo o sinal de força que se esperava e, apesar de alta, ainda está abaixo dos volumes pré-pandemia”, afirmou Perez.

A redução anunciada pela Petrobras aumenta a percepção de risco do mercado, na avaliação do analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman. Nos cálculos da Ativa, a estatal passará a vender gasolina nas refinarias a um preço 14,7% abaixo do preço internacional – antes do reajuste, a defasagem estimada era de 9,5% – ampliando-a ante o mercado global.

Para Pedro Shinzato, consultor em gerenciamento de risco da StoneX, a decisão da Petrobras de reduzir os preços da gasolina e manter os do diesel pode estar relacionada à volatilidade internacional. A StoneX calcula uma diferença de apenas R$ 0,05 entre os preços internos da gasolina e os do mercado externo após o reajuste. Já os preços do diesel estão 4,6% acima da paridade internacional. O último reajuste do óleo diesel também foi no dia 16 de junho, quando passou de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro.
Para ler esta notícia, clique aqui.

Autor/Veículo: Valor Econômico

A Petrobras anunciou ontem uma redução de 5% nos preços da gasolina nas refinarias, o que corresponde a R$ 0,20 por litro – de R$ 4,06 para R$ 3,86 – seguindo comportamento dos preços internacionais. Especialistas avaliam que a decisão era esperada, que segue a lógica da política de paridade de preços internacional (PPI).Porém, mesmo com todas as justificativas técnicas, decisões pela redução de preços como a de ontem tornaram-se um tema político, especialmente em ano eleitoral.
Com a redução, o valor praticado pela Petrobras para a gasolina retorna ao patamar de antes do último reajuste, em 16 de junho, quando houve aumento do litro vendido às distribuidoras de R$ 3,86 para R$ 4,06. A queda nos preços foi a primeira promovida pela Petrobras em sete meses (a última foi no dia 15 de dezembro) e a primeira da gestão do presidente, Caio Maio Paes de Andrade, há um mês no cargo.

Não houve mudança no preço de venda do diesel. A Petrobras afirmou que a redução da gasolina acompanha a evolução dos preços internacionais, reafirmando a busca pelo equilíbrio com o mercado global, “mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”. O intervalo entre os últimos reajustes foi de um mês, menor do que em outros períodos sem alteração.

“É importante que a Petrobras continue olhando as tendências de preço e do mercado, acompanhando o câmbio e as cotações das commodities e não fique novamente 100 dias sem reajustar, como aconteceu no primeiro semestre deste ano”, afirmou Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que estima que os preços praticados pela Petrobras estavam R$ 0,30 acima do mercado internacional.

O reajuste se deu no mesmo dia em que o barril do petróleo Brent encerrou cotado a US$ 107,35 o barril, alta de 1,01%. As ações ordinárias (ON) da Petrobras encerraram ontem o pregão na B3 em alta de 1,21%, a R$ 31,70.

Para o professor e pesquisador do Instituto de Energia da PUC-Rio Edmar de Almeida, ainda não está claro se a decisão da Petrobras é resultado de uma interferência política na empresa, uma vez que sempre vai existir uma zona cinzenta entre a estratégia da empresa e influências políticas, que se dissiparia caso os preços internacionais se distanciem dos praticados pela petroleira no mercado interno. “A Petrobras não tem uma política de preços muito clara. Sabemos apenas que ela busca acompanhar os preços internacionais, mas isto não significa um alinhamento perfeito”, afirmou Almeida.

O presidente Jair Bolsonaro tem falado abertamente em trocas na diretoria da estatal quando considerar necessário. “Estamos em guerra. O pessoal muitas vezes fala: ‘Trocou quatro presidentes da Petrobras’. Eu troco quatro, cinco, dez, não tem problema (…) O presidente tem que entender que tem Petrobras em tempos de paz e tem Petrobras em tempos de guerra”, disse Bolsonaro semana passada.

O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, prevê que o conjunto de medidas adotadas pelo governo e pelo Congresso garante redução média de R$ 1,50 no litro da gasolina. Com o corte de mais R$ 0,20 por litro nas refinarias da Petrobras, a diminuição deve atingir R$ 1,75, podendo chegar a R$ 2,00, projeta Sachsida.

A redução de R$ 0,20 por litro nas refinarias deve corresponder, nas bombas, a uma queda média de R$ 0,15 por litro, estima a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis). Porém, segundo James Thorp Neto, presidente da entidade, a queda depende de cada distribuidora e da decisão individual de cada empresário.

O analista da consultoria S&P Global Felipe Perez, aponta que a menor cotação dos derivados no exterior no último mês foi motivada pelo temor de uma recessão econômica ao final deste ano. “Tem havido uma queda no preço do barril de petróleo e a demanda, em si, não deu todo o sinal de força que se esperava e, apesar de alta, ainda está abaixo dos volumes pré-pandemia”, afirmou Perez.

A redução anunciada pela Petrobras aumenta a percepção de risco do mercado, na avaliação do analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman. Nos cálculos da Ativa, a estatal passará a vender gasolina nas refinarias a um preço 14,7% abaixo do preço internacional – antes do reajuste, a defasagem estimada era de 9,5% – ampliando-a ante o mercado global.

Para Pedro Shinzato, consultor em gerenciamento de risco da StoneX, a decisão da Petrobras de reduzir os preços da gasolina e manter os do diesel pode estar relacionada à volatilidade internacional. A StoneX calcula uma diferença de apenas R$ 0,05 entre os preços internos da gasolina e os do mercado externo após o reajuste. Já os preços do diesel estão 4,6% acima da paridade internacional. O último reajuste do óleo diesel também foi no dia 16 de junho, quando passou de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro.
Para ler esta notícia, clique aqui.

Fonte: Valor Econômico