O petróleo fechou em queda nesta segunda-feira (17) e reverteu parte dos fortes ganhos acumulados ao longo das últimas quatro semanas em que se valorizou de forma consecutiva. O apetite por risco modesto nos mercados globais e a valorização do dólar em relação a moedas rivais puxaram as perdas da commodity energética.
O barril do petróleo WTI – referência americana – com entrega prevista para junho fechou em baixa de 1,94%, a US$ 80,83, e o do Brent – referência global – para o mesmo mês cedeu 1,80%, a US$ 84,76.
“Os preços do petróleo estão em apuros já que o dólar parece estar pronto para uma grande recuperação, já que o Fed pode estar em posição de fazer muito mais aperto [monetário]”, comentou Edward Moya, analista-sênior de mercados da Oanda. Nos últimos dias, dados de inflação e atividade nos EUA mostraram força e elevaram a chance de um BC mais agressivo do que se esperava à frente.
A commodity opera ainda no aguardo de importantes dados da China, que hoje à noite divulga seu Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, além das leituras de março para a produção industrial e vendas no varejo do país.
Se os dados “apontarem para uma reabertura ainda mais robusta” após os impactos david-19 no ano passado, “o rali de alta do petróleo poderá voltar rapidamente aos trilhos”, diz Moya.
No entanto, segundo o economista-chefe para China da Pantheon Macroeconomics, Duncan Wrigley, a recuperação do gigante asiático tem enfrentado desafios, especialmente vindos de uma demanda externa fraca que deve reduzir o volume de exportações do país no segundo semestre de 2023.
“É provável que autoridades chinesas adotem uma postura de ‘esperar para ver’ em resposta à recuperação de reabertura em andamento”, apesar dos últimos dados de inflação indicarem amplo espaço para afrouxamento monetário, diz Wrigley.
Fonte: Valor Investe