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UE quer aumentar parcela de biocombustíveis avançados

O comitê de energia do Parlamento Europeu apoiou nesta quarta-feira, 13, a revisão da Diretiva de Energias Renováveis, que traz, entre outras medidas, a previsão de aumentar a parcela de biocombustíveis avançados e biometano no setor de transporte para pelo menos 0,5% até 2025 e 2,2% até 2030.

O texto também prevê uma meta intermediária de aumento na parcela de combustíveis renováveis de origem não biológica, como o hidrogênio, para pelo menos 2,6%, e introduz um mecanismo de crédito para incentivar a oferta de eletricidade renovável nos postos públicos de carregamento de veículos elétricos.

No transporte aéreo, a proposta é que, até 2050, 85% de todo o combustível de aviação nos aeroportos da UE seja sustentável, feito a partir de óleo de cozinha usado, combustível sintético ou mesmo o hidrogênio.

O objetivo é alcançar uma redução de 16% nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) no setor de transportes.

No geral, a diretiva aumenta para 45% a meta de participação de energias renováveis na matriz do bloco até 2030 e visa uma economia maior do consumo, com redução de pelo menos 40% no consumo final de energia.

Além do cenário de emergência climática – vide a onda de calor que atingiu Portugal, Espanha, França e Reino Unido esta semana –, o bloco corre para expandir o uso de energia renovável como saída para acabar com a dependência do gás russo.

A UE está lutando para se preparar para novos cortes no fornecimento de gás russo e, segundo reportagem da Reuters, divulgará um plano na próxima semana sobre como os países poderiam lidar com o inverno caso a Rússia interrompa as entregas.

Além da previsão de aumento de biocombustíveis avançados, como diesel verde, a reformulação da diretiva, conhecida como RED III, classifica a soja como uma matéria-prima com alto risco de causar mudanças no uso da terra e exige que os estados-membros estabeleçam uma meta indicativa para tecnologias inovadoras de pelo menos 5% da capacidade de energia renovável recém-instalada.

Fim da venda de carros a combustão

A votação das reformas pelo parlamento está prevista para setembro. No início de junho, os deputados europeus já haviam apoiado a revisão das normas de emissões de CO₂ para os automóveis novos do pacote Fit for 55, junto com a proibição da venda de veículos a combustão a partir de 2035.

O texto, que funciona como a posição do parlamento para negociar com os Estados-Membros, apoia a proposta da Comissão Europeia de zerar as emissões rodoviárias até 2035, em relação a 2021 (válido para os veículos novos).

À época, o deputado holandês Jan Huitema, relator da proposta, disse que a revisão dá clareza para os investimentos da indústria automotiva e tem o potencial de tornar os carros com emissões zero mais baratos para os consumidores.

Na Europa, a indústria automotiva está investindo pesado na eletrificação, mas ainda existem gargalos para garantir a sustentabilidade dessa rota, já que a eletricidade também precisa ser renovável.

Em 2021, as emissões médias de CO₂ provenientes de veículos novos foram de 122,3g CO₂/km, um pouco melhores do que as 130g CO₂/km entre 2015 e 2019. No entanto, este volume ainda está bem acima da meta atual de 95g/km.

O número de carros elétricos tem crescido de forma acelerada no bloco. Em 2020, os eletrificados responderam por 11% dos novos registros.

Fonte: Agência EPBR